11 novembro 2014

Indefinido.

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A gente não usa aliança, mas as pessoas percebem de longe que existe algo que sela a nossa união. Também não temos o famoso relacionamento sério no Facebook, mas nossos amigos, conhecidos e até desconhecidos, conseguem perceber o quanto nos levamos a sério. Não temos aquela necessidade de reafirmação o tempo inteiro — dizer "eu te amo" trezentas e duas vezes por dia e ainda por a cabeça no travesseiro com aquela maldita questão na cabeça: "será que é amor mesmo?", porque nós temos certeza de que é sim; e se não for, é mais que amor.

Já tivemos fases ruins também e que atire a primeira pedra o casal que nunca teve. Já brigamos de ficar semanas sem se ver — você mantendo a pose de durão e eu sendo a manteiga derretida de sempre. Já gritamos coisas horríveis e eu já jurei que nunca mais iria voltar para você (e quebrei o juramento depois de uns cinco minutos). Você já disse que não precisava de mim e eu já coloquei a minha melhor roupa e fui pra melhor balada da cidade pra te mostrar que enquanto você diz que não precisa, eu mostro que não preciso. Mas tudo isso não passava de farsa. É que você é tão duro quanto eu, e às vezes torna-se sufocante admitir que existe alguém que no mundo que a gente possa amar além do que a gente já se permitiu amar um dia. 

Você vai embora sempre e eu sempre fico no mesmo lugar esperando você voltar, porque você sempre volta pra mim como um filho volta pro colo de uma mãe depois de uma bela de uma topada na vida. Eu sou seu ponto de paz e você é o estacionamento da minha alma. Do meu lado você é, tão e somente, você mesmo — sem máscaras e sem colete a prova de balas — e do seu lado eu sou a menininha frágil que só meus pais conhecem. Do seu lado eu sou a melhor parte de mim. Pra você eu dei a melhor parte de mim. 

Eu não ligo de você não querer me ver por uns dois dias, porque eu sei que antes do terceiro raiar, você já vai estar na porta da minha casa de mãos abanando e palavras complicadas, mas com o coração cheio de saudade do meu. E vai me beijar como se não houvesse amanhã. E não vai pedir perdão, porque só se perde perdão quando se erra e nunca foi um erro fugir porque o amor transbordou e quase matou. A gente não precisa definir a nossa relação, porque isso seria limitá-la, e não existem limites pra um amor genuinamente verdadeiro.

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