Dói em mim te ver longe porquê eu sempre quis ter você por perto. Depositei em você inúmeras expectativas, alguns sonhos e a minha paz — eu achei que você cuidaria bem de tudo isso. Calma, não tô te culpando, talvez a culpa seja minha também. Mas não tô aqui pra julgar ninguém e nem pra justificar essa bagunça.
Eu quero que você saiba que você vai estar sempre, de alguma maneira, em mim. Seria mentira se eu dissesse que você só me trouxe momentos ruins porquê houveram várias vezes em que você me deu o que eu precisava, mas eu queria mais. Eu queria ficar com você, queria fazer você feliz e ser feita feliz por você. No momento em que você chegou, o resto do mundo se ofuscou e eu só conseguia ver você e, pra mim, aquilo bastava. Você me bastava. Migalhas do seu afeto me bastavam. Mas, num belo dia eu acordei e percebi que já não dava mais pra viver de migalhas. Não tô reclamando, só tô dizendo que, apesar de tudo que eu sinto por você, eu preciso seguir. A vida ainda tem tanto pra me dar, sabe? Só eu sei o quanto eu queria continuar insistindo pra que que desse certo, o quanto eu me agarrei em cordas fracas pra não assumir uma desistência e, cá entre nós, essas cordas sempre arrebentaram e me levaram a tomar tombos incrivelmente dolorosos.
Todas as noites de insônia, eu pedi aos céus você aqui comigo, eu pedi para que você acordasse na manhã seguinte e me ligasse pra me dizer algo bom. Escrevi cartas que nunca te enviei, escutei dezenas de músicas e todas, — absolutamente todas — me traziam você. Coloquei sua música favorita como alarme do meu despertador só pra que eu pudesse lembrar de você todas as manhãs. Chorei noites inteiras por saudade, por vontade de te ligar pra te contar tudo que se passava na minha cabeça. Chorei por chorar.
Passei os últimos meses pensando em como o amor pode causar feridas que só ele pode curar. Foi assim com você, entende? Você me machucava a cada pequeno ato e eu sabia que você era o único que podia dar um beijinho pra sarar. Mas eu fui obrigada a me curar sozinha das feridas que você deixava em mim. Nem de longe foi fácil, mas eu precisava fazer isso por mim e, talvez, pra salvar o pouco que ainda resta de nós ou pelo menos pra salvar as boas lembranças que tenho de ti.
Cheguei ao meu limite. Me desculpa, mas tô indo embora. Se quiser que eu volte, eu volto, mas só se você me der bons motivos pra ficar. Não quero mais ser uma das suas opções. Não mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário